segunda-feira, 7 de setembro de 2020

“Faz parte do meu show” de Cazuza. Meio bossa, meio rock.

No meio dos anos 80 o rock mandava no Brasil. O advento de concertos influenciou uma tendência mundial. O rock tinha ressuscitado com força total. Bandas com nomes pitorescos saiam das garagens para o estrelato da noite para o dia. Mas quem iria sobreviver?

Muitas ficaram no caminho e outras permaneceram guerreiras se reinventando para não sucumbir. O mercado e o tempo são implacáveis.

Mas uma suportou bravamente graças ao talento de um certo Agenor: A Banda Barão Vermelho. A guitarra foi apresentada ao Rock em 1985 no Rio com versos de um poeta rebelde, boêmio e travesso.

Nome de poeta não tinha, pois no batismo o carioca zona sul era Agenor de Miranda Araújo Neto. Não demorou para ser chamado apenas de Cazuza.

A impressão que tive é que estava diante de um turbilhão de verdades expressas sem medo pelo novo poeta. Parecia a guitarra ser o transporte não só de acordes, mas de reclamos que sacudiam o país em busca de uma nova ideologia pro dia nascer mais feliz.

Mais um dia o poeta trocou a guitarra de sons fortes por um suave violão bossa nova e nasceu “Faz parte do meu show”. Romantismo ousado e palavras gentis que não deram bola para a marcação colada da gramática convencional:

 

“Te pego na escola e encho a tua bola

Com todo o meu amor te levo pra festa e testo

O teu sexo com ar de professor

Faço promessas malucas tão curtas

Quanto um sonho bom

Se eu te escondo a verdade, baby

É pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show...”

 A pureza dos versos não pouparam a sensualidade horizontal dos sentidos com elegância:

 

“Confundo as tuas coxas com as de outras moças

Te mostro toda a dor te faço um filho te dou outra

Vida pra te mostrar quem sou...”

Um dia num clipe sem nexo já debilitado Cazuza apareceu cantando baixo e suave a canção. Um gentil e sincopado violão ao fundo anunciavam uma despedida próxima meio bossa meio rock. A promessa foi curta, mas o sonho foi bom.

                                                  Paço do Lumiar (MA), domingo, 21 de junho de 2020 às 10h03min07s

 

4 comentários:

  1. Boa noite.
    Adorei as frases rimadas, combina plenamente com Cazuza e suas letras ritmadas.
    A música dele que mais me marcou foi...
    "Exagerado;
    Jogado aos teus pés;
    Eu sou mesmo exagerado;"
    Indo escutar agora essa música!
    Kkkkkkkk bom texto! ;)

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  2. Cazuza e um genio a múnsica oque mas me marco que pais este eu nao lembro. O nome da música mas esse cara foi um poeta nota mil
    nota 1000

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  3. Na verdade ele era supermalcomportado rsrsrsrs mas era um super talento!!! Faz parte do meu show e da minha vida.

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  4. Cazuza, um poeta atemporal!! Muito bom!

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