A trilha original de “Irmãos Coragem” na voz de Jair Rodrigues entrava em horário nobre nos lares brasileiros em 1970. O folhetim de Janete Clair trazia um elenco de peso. Conquistou o público masculino com futebol e cenas de faroeste. Fez das novelas assunto não de público feminino, mas fez os marmanjos ficarem diante de João, Jerônimo e Duda Coragem durante trezentos e poucos capítulos. Consagrou em definitivo Janete e seus personagens.
A musica composta pelo carioca Paulinho Tapajós e pelo maranhense Nonato Buzar, quando tocava, o Brasil sentava onde desse para ver as aventuras dos irmãos Coragem contra o vilão Pedro Barros. Tarcísio Meira, os Cláudios Cavalcante e Marzo, além das atrizes ainda postulantes ao estrelato como Glória Meneses, Regina Duarte e Lúcia Alves e do brilhante Gilberto Martinho no papel do vilão Pedro Barros incendiaram o Brasil trazendo crítica social e sentimento de liberdade em plena ditadura militar. Dizem que até os militares assistiam.
É bom lembrar do elenco de apoio que era de altíssimo nível. Mas a
música marcou e além do arranjo trazia um sentimento de esperança e luta. O
texto pedia coragem:
“Manhã
despontando lá fora
Manhã
já é sol já é hora
E os
campos se abriam em flor
É
preciso coragem que a vida é viagem
Destino do amor...”
Com dez anos de idade não sabia que o compositor era da minha terra. Muito depois fui saber da história e do legado de Nonato Buzar, que saiu e Itapecuru-Mirim para dar coragem a todos nós. Descobri que “Vesti azul” imortalizada na voz do sensacional Wilson Simonal era dele. Tive orgulho dele e também da moça mineira que saiu de Conquista para parar o Brasil. Saudades eternas de todos eles e lembrei que:
“Quem
à vida se entrega a sorte não nega seu braço e o seu chão.”
Paço do Lumiar (MA), quarta-feira,, 24 de junho de 2020 às 07h35min09s
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